quinta-feira, 30 de outubro de 2008
ATALHOS DA FÉ
Os Atalhos da Fé
Na história da Igreja vários desvios doutrinários marcaram a trajetória de pessoas que afirmavam conhecer os caminhos da fé. Esses desvios acabaram se tornando atalhos perigosos e fatais para aqueles que não pretendiam ceder aos verdadeiros ensinos do evangelho bíblico. Assim, desde o século II, por exemplo, muitos “fiéis” começaram a interceder por mortos e, já no séc. V, a “igreja” observava anualmente um dia de preces pelos mortos.
No caso apresentado as motivações pareciam sinceras e oportunas. Como era corrente pregar que os mortos da igreja não iam direto para o céu, inventou-se o purgatório. Ensinava-se, assim, que mediante o sofrimento, contribuições financeiras e/ou orações, muitos poderiam deixar o purgatório, transferindo-se para o céu. Contudo, a questão é: Por que não aceitamos isso?
I) A “doutrina do purgatório” não encontra sustentação bíblica:
A primeira base de nossa rejeição é fundamental. Cremos que as Escrituras Sagradas são a única regra de fé e prática, portanto, cremos que somente elas têm autoridade para estabelecer doutrinas. E, no que concerne ao purgatório, não há nenhuma referência direta ou indireta em toda a Escritura, por menor que seja, a algum purgatório. O que nos leva a crer que esta não é uma doutrina bíblica. Veja Apocalipse 22:18 “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro;”
II) A “doutrina do purgatório” anula o valor e os efeitos da obra de Cristo:
A segunda base da nossa rejeição é essencial. Ora, se é necessário interceder por mortos em um estágio diferenciado e pré-céu, segue-se que a obra de Cristo não foi suficiente para prover os meios necessários à salvação. Se precisamos completar, ainda que com nossas orações, a salvação dos “fiéis”, Cristo realizou sua obra de modo imperfeito. Falando sobre Cristo o escritor aos Hebreus registra: Hebreus 9:15 “Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.”.
III) A “doutrina do purgatório” é um atentado contra as verdadeiras relações humanas:
A terceira base da nossa rejeição é relacional. As Escrituras ensinam que depois da morte segue-se o juízo – Hb. 9:27. Creio, então, que quando verdadeiramente nos interessamos pelo outro nos esforçamos continuamente para apresentar-lhe a verdade. O purgatório oferece um atalho conveniente, ou seja, permite que seja negligenciada a tarefa bíblica de notificar a todos os homens a necessidade urgente do arrependimento, afinal de contas, intercede-se por eles depois. Mas, ensinam as Escrituras: Atos 17:30 “Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam;”.
Por tudo isso, cremos e ensinamos: Todo homem está perdido e sob condenação. Sua salvação só se dará mediante o resgate pago por Jesus na cruz e sua apropriação destes benefícios está atrelada à pregação, seguida da aceitação e da transformação operadas pelo Evangelho nesta presente vida.
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