O SEGREDO DA CONFISSÃO
O Brasil parou para acompanhar os depoimentos do pai e da madastra de Isabella Nardoni. A verdade é que desde aquela fatídica noite, quando a morte alcançou a pequena menina, não se pensa em mais nada senão na descoberta do(s) culpado(s) e na sua confissão. Mas, se você tivesse assassinado “acidentalmente” um ente querido seu, você confessaria?
A palavra “confessar” significa declarar o que se fez. Durante muito tempo (e até hoje) a Igreja Católica Romana vem fazendo uso da chamada confissão auricular, aquela feita ao pé do ouvido do padre que está no confessionário. Protegidos pelo anonimato, muitos contam os seus pecados e se sentem aliviados quando são despedidos com a obrigação de cumprirem determinados ritos religiosos sem maiores conseqüências. Todos eles sabem que o “segredo de confissão” é inviolável.
Mas a pergunta que desafia a consciência permanece: E se a minha confissão trouxesse conseqüências desagradáveis, será que eu contaria tudo? Tudo mesmo?
A confissão verdadeira pressupõe um reconhecimento pleno da culpa. Ela é completamente destituída de sentimentos de auto-comiseração. E ainda, leva o culpado a considerar a necessidade da reparação ou da restituição, ainda que nem todas as coisas sejam reparáveis ou restituíveis.
Certamente, essa atitude é resultado de um convencimento interno, que acontece no coração e nos coloca diante da dor que aflige o outro. A ato da confissão é um desafio ao ego. Somos confrontados com o nosso próprio ser e levados a considerar que há coisas importantes também fora de nós.
Naturalmente não se pode entender que o “eu” está totalmente descartado no ato da confissão. Quando aprendemos a olhar o outro percebemos também a nós mesmos.
Mas, e ai? Você confessaria?
Um comentário:
Reverendo,
será que confessaríamos? É muito difícil de exercitar a confissão. Até mesmo a Deus que nos conhece e sabe de todos os nossos passos é omitido os pecados cometidos, quanto mais a imortais homens! O orgulho, a soberba, a arrogância, a presunção etc, não necessariamente nesta ordem, têm precedido o honroso ato da confissão. Devemos nos lembrar que confessar é, antes de mais nada, um postura correta, honrosa e salutar - Sl 32.1-5.
Postar um comentário